Você vai ler, agora, como a fábula “O leão e o rato” foi contada
por três autores diferentes – Esopo, na Grécia antiga, cerca do século IV a.C,
La Fontaine, no século XVII, e Monteiro Lobato, no início do século XX.
O LEÃO E O RATO (Esopo)
O leão era orgulhoso e forte, o rei da selva. Um dia, enquanto dormia, um minúsculo rato correu pelo seu rosto. O grande leão despertou com um rugido. Pegou o ratinho por uma de suas fortes patas e levantou a outra para esmagar a débil criatura que o incomodara.
- Ó, por favor, poderoso leão – pediu
o rato. Não me mate, por favor. Peço-lhe que me deixe ir. Se o fizer, um dia eu
poderei ajudá-lo de alguma maneira.
Isso foi para o felino uma grande
diversão. A idéia de que uma criatura tão pequena e assustada como um rato
pudesse ser capaz de ajudar o rei da selva era tão engraçada que ele não teve
coragem de matar o rato.
- Vá-se embora – grunhiu ele – antes que eu mude de idéia.
Dias depois, um grupo de caçadores entrou na selva. Decidiram tentar capturar o leão. Os homens subiram em suas duas árvores, uma de cada lado do caminho, e seguraram uma rede lá encima.
- Vá-se embora – grunhiu ele – antes que eu mude de idéia.
Dias depois, um grupo de caçadores entrou na selva. Decidiram tentar capturar o leão. Os homens subiram em suas duas árvores, uma de cada lado do caminho, e seguraram uma rede lá encima.
Mais tarde, o leão passou
despreocupadamente pelo lugar. Ato contínuo, os homens jogaram a rede sobre o
grande animal. O leão rugiu e lutou muito, mas não conseguiu escapar.
Os caçadores foram comer e deixaram o leão preso à rede, incapaz de se mover. O leão rugiu por ajuda, mas a única criatura na selva que se atreveu a aproximar-se dele foi o ratinho.
- Oh, é você? – disse o leão. Não há nada que possa fazer para me ajudar. Você é tão pequeno!
Os caçadores foram comer e deixaram o leão preso à rede, incapaz de se mover. O leão rugiu por ajuda, mas a única criatura na selva que se atreveu a aproximar-se dele foi o ratinho.
- Oh, é você? – disse o leão. Não há nada que possa fazer para me ajudar. Você é tão pequeno!
- Posso ser pequeno – disse o rato 0
mas tenho os dentes afiados e estou em dívida com você.
E o ratinho começou a roer a rede.
Dentro de pouco tempo, ele fizera um furo grande o bastante para que o leão
saísse da rede e fosse se refugiar no meio da selva.
Às vezes o fraco pode ser de ajuda ao forte.
ESOPO. Fábulas
de Esopo, 1995.
O LEÃO E O RATO (La Fontaine)
Vale a pena espalhar razões de gratidão:
Os pequenos também têm sua utilidade.
Duas fábulas* mostrarão
que eu não estou falando senão a verdade.
Ao sair do buraco, um rato,
Entre as garras terríveis de um leão, se achou.
O rei dos animais, em mui magnânimo ato,
Nada ao ratinho fez, e com vida o deixou.
A boa ação não foi em vão.
Quem pensaria que um leão
Alguma vez precisaria
De um rato tão pequeno? Pois é, meu amigo,
Leão também corre perigo,
E aquele ficou preso numa rede, um dia.
Tanto rugiu, que o rato ouviu e acudiu,
Roendo o laço que o prendia.
Vale a pena espalhar razões de gratidão:
Os pequenos também têm sua utilidade.
Duas fábulas* mostrarão
que eu não estou falando senão a verdade.
Ao sair do buraco, um rato,
Entre as garras terríveis de um leão, se achou.
O rei dos animais, em mui magnânimo ato,
Nada ao ratinho fez, e com vida o deixou.
A boa ação não foi em vão.
Quem pensaria que um leão
Alguma vez precisaria
De um rato tão pequeno? Pois é, meu amigo,
Leão também corre perigo,
E aquele ficou preso numa rede, um dia.
Tanto rugiu, que o rato ouviu e acudiu,
Roendo o laço que o prendia.
Mais vale a pertinaz labuta
que o desespero e a força bruta.
*
Para ilustrar a mesma moral, La Fontaine conta, na seqüência, outra fábula,
intitulada “A pomba e a formiga”.
La Fontaine, Fábulas, 1992.
La Fontaine, Fábulas, 1992.
O LEÃO E O RATINHO (Monteiro Lobato)
Ao sair do buraco viu-se o ratinho entre as patas do leão. Estacou, de pêlos em pé, paralisado pelo terror. O leão, porém, não lhe fez mal nenhum.
- Segue em paz, ratinho; não tenhas medo
do teu rei.
Dias depois o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, de bateu-se, mas quanto mais se agitava mais preso no laço ficava.
Dias depois o leão caiu numa rede. Urrou desesperadamente, de bateu-se, mas quanto mais se agitava mais preso no laço ficava.
Atraído pelos urros, apareceu o ratinho.
- Amor com amor se paga – disse ele lá
consigo e pôs-se a roer as cordas. Um instante conseguir romper uma das malhas.
E como a rede era das tais que rompida a primeira malha e fugir.
Mais vale paciência pequenina
do que arrancos de leão.
Monteiro
Lobato. Fábulas, 1994.
Agora, compare as fábulas, de acordo
com os aspectos indicados no quadro abaixo, e veja o que muda e o que permanece
nas suas sucessivas reescrituras:
b) Na comparação das diferentes
versões, é possível perceber indicações que remetem ao contexto histórico no
qual as fábulas foram escritas? Comente sua resposta.
Por http://dyrcene.blogspot.com.br/2009/06/sugestoes-de-atividades.html
c) Ao reescrever esta fábula, o que você aproveitaria:
Da primeira versão:
Da segunda versão:
d) O que você escreveria de forma diferente? Discuta com seus colegas e escreva uma outra versão para esta fábula.
c) Ao reescrever esta fábula, o que você aproveitaria:
Da primeira versão:
Da segunda versão:
d) O que você escreveria de forma diferente? Discuta com seus colegas e escreva uma outra versão para esta fábula.